Juiz chega a cogitar a possibilidade de congelar corpos por tempo indeterminado em Teresópolis para identificação no futuro
Rio - O aumento do número de corpos das vítimas das chuvas e a dificuldade de identificação estão resultando em sugestões de alternativas extremas.
Na tentativa de minimizar a situação, o juiz da 2ª Vara de Família de Teresópolis, José Ricardo Ferreira de Aguiar, responsável pela força-tarefa montada para agilizar a identificação dos corpos, propôs que os cadáveres sejam congelados por tempo indeterminado, até que haja identificação.
“A situação aqui é muito difícil. Se houver essa possibilidade, os corpos poderiam ser identificados com mais calma”, disse ele, enquanto falava com parentes de vítimas.
O diretor do Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil, perito Sérgio Henriques, classificou ontem a situação como de calamidade pública, mas disse que não há nada definido quanto ao congelamento de corpos.
Segundo ele, não há estrutura para congelar uma quantidade tão grande de cadáveres, o que dificultaria muito a execução da medida.
SEM IDENTIFICAÇÃO
Ontem, pelo menos 100 cadáveres, em adiantado estado de decomposição, ainda não haviam sido identificados. Em Nova Friburgo, o mau cheiro obriga os profissionais a trabalhar com máscaras. À tarde, 254 corpos já tinham sido periciados e estavam em caminhões frigoríficos para sepultamento. “Quando é possível, coletamos a impressão digital, além de material para fazer exames de DNA mais tarde”, comentou Sérgio.
O sanitarista da Secretaria Estadual de Saúde, Paulo Roberto de Almeida Barbosa, diz que o enterro ou a cremação dos corpos em putrefação devem ser feitos rapidamente. “Acho que só não está mais grave porque boa parte da população de animais, como roedores, também morreu nas enchentes e desabamentos”, comentou.
No Haiti, depois do terremoto em 2010, a população chegou a enfrentar até epidemias de cólera, hanseníase e problemas respiratórios.
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