Cidadãos arrecadam doações entre amigos e lançam campanhas pela Internet
Rio - O sentimento de solidariedade com as vítimas da maior catástrofe natural da História do Brasil, que devastou municípios inteiros da Região Serrana, está mobilizando um mutirão disposto a arrecadar donativos para amenizar o sofrimento dos desabrigados.
Na maior corrente já vista no País, milhares de internautas fazem campanhas nas redes sociais e convocam pessoas para ajudar nos resgates e na limpeza das cidades.
Imagens da tragédia em Teresópolis: município foi o mais atingido pelas chuvas na Região Serrana | Foto: Divulgação
Em Vieira, Teresópolis, centenas de moradores se alimentam graças à solidariedade de voluntários, que chegam de todas as partes do Estado para distribuir quentinhas, água, café, pães e sanduíches. “Me dá muita tristeza saber que tem tanta gente com fome aqui. Não consigo nem comer. Quero ajudar o máximo que eu puder”, disse a estudante Camila Duarte, 17 anos.
Morador de Ipanema, o empresário Afonso Santos Júnior, 29 anos, e quatro amigos se alistaram como voluntários na Cruz Vermelha para ajudar nos resgates. Levando pelos menos três carros abarrotados de alimentos, roupas, água e material de higiene pessoal, o grupo chega hoje às regiões mais castigadas.
Através do blog que mantém, Afonso, com a ajuda da mãe, liderou uma campanha para arrecadar dinheiro e alimentos. “Não é muito, mas se todo mundo ajudar um pouco, poderemos tentar diminuir o sofrimento de quem perdeu tudo. Conseguimos bastante comida, água, roupas e R$ 1 mil, que vamos usar para comprar mais mantimentos”, disse satisfeito o jovem.
A publicitária Carolina Romão, 26 anos, e as amigas se apresentam hoje na sede da Cruz Vermelha, no Centro. Ela vai ajudar na triagem dos donativos que chegam. “Conseguimos juntar 15 bolsas cheias de comida, leite em pó, água e material de higiene para doar”, contou.
Destruição e muita lama nas ruas de Nova Friburgo | Foto: Divulgação
Corredores: quilômetros viram dinheiro
Corredores de todo o País também fazem campanha pelo microblog Twitter. A ideia é reverter em doações os quilômetros percorridos de hoje a terça-feira por cada praticante do esporte.
“O objetivo é que para cada quilômetro percorrido, o corredor doe um real. No final dos quatro dias, ele vai somar o quanto correu e depositar na conta da Cruz Vermelha”, explicou o jornalista Cassio Politi, 34 anos, um dos responsáveis pela iniciativa em São Paulo.
Hoje, às 18h, no Estacionamento do Parque dos Patins, na Lagoa, um grupo de corredores do Rio vai receber doações. “Água é um dos suprimentos de maior necessidade. As vítimas também estão precisando de kits de curativos e rações para animais”, disse o analista de sistema Marcelo Pereira da Costa, 24.
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